LA BANDE CÔTIERE DE L´ETAT DU CEARÁ, NORD-EST DU BRÉSIL: presentation geomorphologique(the coastal area of Ceará state, Northeast of Brazil: a geomorphological presentation)
Abstract
O estudo geomorfológico da zona costeira do Estado do Ceará permite estabelecer relações entre formas e depósitos herdados de períodos geológicos anteriores ao Presente, bem como das tendências evolutivas atuais, cada vez mais perturbadas pelas influências de usos sociais. Principalmente baixa e arenosa, a faixa costeira do Ceará se organiza em três zonas - a zona litorânea, a zona marítima e a zona costeira propriamente dita. Na zona litorânea atuam as águas marinhas e os agentes correspondentes (correntes, marés, vagas), criando formas específicas (praias, falésias, pontas litorâneas, barreiras, estuários). A zona marítima, onde a dinâmica das águas marinhas atuou no passado geológico criando planícies litorâneas e lagunas, hoje abandonadas, precede em direção ao interior a zona costeira, cujo substrato é de origem continental (os chamados Tabuleiros). Em todo esse conjunto ocorrem dunas e lagoas interdunares e costeiras. Formadas em condições litorâneas ou continentais e associadas a oscilações do nível do mar e subidas e descidas da linha de costa em um margem continental fracamente inclinada - cuja formação remonta à abertura oceânica cretácea -, a faixa sedimentar na qual se acha inserida a zona costeira latu sensu começou a ser modelada no Terciário, ao sabor de oscilações climáticas com tendência semi-árida cada vez mais demarcadas e de flutuações eustáticas, assim como por aportes detríticos intermitentes entrecortados por epsódios de dissecação fluvial. A essas variações responderam múltiplos episódios de formação de sistemas de flechas litorâneas, barreiras e ilhas-barreira, falésias, praias e campos de dunas, os quais continuam a evoluir em função de flutuações do meio e, mais recentemente, de intervenções sociais. Essa perpétua mobilidade coloca-se também como uma fonte de fragilidade.
Palavras chave: Geomorfologia litorânea, evolução morfoestrutural costeria, zonação morfodinâmica.
RÉSUMÉ
L’étude géomorphologique de la bande côtière du Ceará permet d’établir la filiation entre les formes et les dépôts hérités de l’évolution géologique à long terme et les tendances actuelles d’une évolution de plus en plus perturbée par les influences sociales . Principalement basse et sableuse, la zone littorale du Ceará s’organise en trois zones, les zones littorale, maritime et d’arrière-côte. Dans la zone littorale, agissent les eaux marines et les agents correspondants (courants, marées, vagues), créant des formes spécifiques (plages, falaises, pointes littorales, barrières, estuaires). La zone maritime, où la dynamique des eaux marines a agi dans le passé (plaines littorales, lagunes asséchées), précède la zone d’arrière-côte, dont le substrat est d’origine continentale (« tabuleiros »). Partout dans cet ensemble se trouvent des dunes et des étangs, qui appartiennent aux trois domaines. Mise en place dans des conditions littorales ou continentales, en relation avec les oscillations du niveau marin et les allées et venues du rivage sur une marge faiblement inclinée dont la formation remonte à l’ouverture océanique crétacée, la bande sédimentaire dans laquelle s’inscrit la côte a été façonnée depuis le Néogène, au gré des variations d’un climat aux tendance semi-arides de plus en plus marquées et des oscillations du niveau marin, mais aussi d’apports détritiques intermittents entrecoupés d’épisodes de dissection fluviale. A ces variations ont répondu de multiples épisodes de formation de systèmes de flèches littorales, de barrières et d’îles-barrières, de falaises, de plages et de champs de dunes qui continuent d’évoluer en fonction des fluctuations du milieu et, plus récemment, des interventions humaines. Cette perpétuelle mobilité apparaît aussi comme une source de fragilité.
Mots-clé : Géomorphologie littorale, évolution morphostructurale côtière, zonation morphodynamique.
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