GRADIENTE URBANO

Resumo

Como en muchos otros países, las medidas oficiales de urbanización en Brasil no han podido distinguir adecuadamente los patrones espaciales de organización rural y urbana. La literatura discute varios sistemas de clasificación y reconoce la existencia de un “continuum rural-urbano”, así como marcos teóricos y categorizaciones alternativas con el objetivo de superar la dicotomía urbano-rural. Sin embargo, no existen soluciones prácticas que los formalicen y operacionalizan adecuadamente, especialmente a nivel micro, como las secciones censales. Proponemos una metodología que asume un continuo rural-urbano medible. El “Índice de Gradiente Urbano” utiliza variables simples y amplias para cuantificar el grado en que un área determinada es urbana en función de características demográficas y espaciales. Lo construimos a nivel de secciones censales para Brasil y la Región Metropolitana de Belo Horizonte para verificar la consistencia entre diferentes niveles de agregación. Los resultados indican que el índice proporciona una imagen mucho más matizada de los patrones de asentamiento, revelando un gradiente espacial entre lo rural y lo urbano en distintas extensiones espaciales. Ofrece una ventaja sobre la tradicional medida “grado de urbanización” al revelar “ruralidades ocultas” en áreas predominantemente urbanas que requieren intervenciones específicas de planificación territorial y políticas públicas.

Palavras-chave: Gradiente Urbano, Continuum Rural-Urbano, Planejamento Territorial, Região Metropolitana De Belo Horizonte, Brasil.

Biografia dos Autores

Alisson Flávio Barbieri, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil

Doutor em City and Regional Planning pela University of North Carolina at Chapel Hill (2005). Professor Titular do Departamento de Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais; Pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR/UFMG); e Membro do Comitê Científico da Rede Clima (MCTI). Foi Research Scholar na Nicholas School of the Environment, Duke University; Visiting Scholar no Carolina Population Center, University of North Carolina at Chapel Hill;. Associate Faculty do Department of International Health da Johns Hopkins University (JHU); Professor do Programa de Mestrado em Práticas de Desenvolvimento Sustentável da UFRRJ; e Diretor do Comitê Consultivo (Steering Committee) do Population and Environment Research Network (Columbia University, New York). Tem atuado como coordenador ou pesquisador em diversos projetos de pesquisas nacionais e internacionais. Tem experiência na área de Demografia, com ênfase em distribuição espacial da população, atuando principalmente nos seguintes temas: mobilidade populacional (interna e internacional), dimensões humanas das mudanças ambientais globais, demografia dos desastres, dinâmica demográfica na Amazônia e no meio urbano, planejamento regional e urbano. 

Marden Barbosa de Campos, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), Brasil

Doutor em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais e professor permanente do Programa de Pós-graduação em Sociologia da UFMG. É coordenador do Grupo de Trabalho Demografia dos Povos Indígenas da Associação Brasileira de Estudos de População. Trabalhou por mais de 15 anos no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, tendo participado do planejamento, coleta e análise de dois censos demográficos nacionais e uma contagem da população. Coordenou ou participou da equipe de coleta e elaboração de diversas pesquisas do instituto. Atualmente é chefe do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Diego Rodrigues Macedo, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora (MG), Brasil

Doutor em Ecologia - Conservação e Manejo da Vida Silvestre (UFMG, 2013). Desde 2016 é Professor Adjunto do Departamento de Geografia e dos Programas de Pós-Graduação em 'Geografia' e 'Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais' do Instituto de Geociências da UFMG. Tem experiência na área de Geografia Física, Recursos Hídricos, Ecologia da Paisagem, Geoecologia, Biomonitoramento, Sistemas Informativos Geográficos, Estatística Espacial e Planejamento Territorial. Bolsista de Produtividade CNPq - Geografia Física.

Rodrigo Coelho de Carvalho, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora (MG), Brasil

Doutor (2017) em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (CEDEPLAR/FACE/UFMG). Possui experiência nas áreas de Demografia e Geografia, sobretudo nos temas de distribuição espacial da população, migrações, estudos urbanos e regionais, análise espacial e socioeconômica. A partir de 2007, passou a atuar como consultor no setor público e privado na elaboração de estudos e diagnósticos socioeconômicos, Estudos de Impacto Ambiental (EIA), Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA), laudos técnicos ambientais, produção de mapas, projeções demográficas, entre outros trabalhos. Nos anos de 2017 e 2018, trabalhou como pesquisador de pós-doutorado no grupo de Políticas Públicas e Direitos Humanos em Saúde e Saneamento (PPDH) do Instituto René Rachou/Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ-MG). Em 2022, assumiu o cargo de professor adjunto substituto no Departamento de Geografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (IGC/UFMG). Atualmente é pesquisador de pós-doutorado do Programa de Pós-Graduação em Demografia do CEDEPLAR/FACE/UFMG (bolsista PNPD/CAPES). 

Reinaldo Onofre dos Santos, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora (MG), Brasil

Doutor em Demografia(CEDEPLAR-UFMG). Atualmente é professor adjunto do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Juiz de Fora. Seus principais temas de interesse são: distribuição espacial da população, análise urbana e regional, planejamento territorial, estudo de populações multiestado, técnicas de análise demográfica, técnicas de análise em migração, produção de indicadores e gestão baseada em evidências.

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Publicado
09/05/2023
Como Citar
BARBIERI, Alisson Flávio et al. GRADIENTE URBANO. Mercator, Fortaleza, v. 22, maio 2023. ISSN 1984-2201. Disponível em: <http://www.mercator.ufc.br/mercator/article/view/e22008>. Acesso em: 31 dez. 2025. doi: https://doi.org/10.4215/rm2023.e22008.
Seção
ARTIGOS