IS CYBERSPACE THE NEW DEMOCRACY’S PANACE?

Abstract

It is common to find in papers about democracy, especially in Political Science and Sociology, internet as a possible weapon to overcome the dilemmas of representative democracy. The purpose of this article is to go towards opposite direction, that is, in a contemporary context marked by the defense of a digital democracy, we will reinforce the idea that democracy is made primarily in the materiality of political spaces, especially on a local scale. It will be demonstrated, from the case study of Juazeiro do Norte (CE), how democracy is built in geographic spaces that physically exist in the world without which the democratic system would be strongly affected. The article uses information compiled on the coverage of the mobile network and electoral participation and, later, primary and secondary data about Associations in Juazeiro. Based on Dalton's (2017) discussion of what he calls “sizeable socio-economic status participation gap” and contemporary discussions of Political Geography on political space, the article reveals the illusion of digital democracy in an extremely unequal territory and suggests that the existing gap in political participation among citizens in Brazil will not decrease by prioritizing cyberspace, but rather, political spaces should be strengthened and revalued at different scales, respecting the socio-spatial differences existing in Brazilian territory.

Keywords: Political Space, Democracy, Cyberspace, Inequality In Participation, Juazeiro do Norte.

Author Biographies

Daniel Abreu de Azevedo, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil

Doutor em Geografia Humana pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Realizou estágio em doutoramento em Washington D.C. (American University - Centro de Estudos sobre América Latina) e na Cidade do México (UNAM - Departamento de Geografia). Concluiu pós-doutorado na Universidad Nacional Autónoma de México e é atualmente Professor Adjunto do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília. Trabalha atualmente na relação espaço político e democracia, com interesse especial na América Latina.

David Melo van den Brule, Universidade Federal de Pernambuco, Recife (PE), Brasil

Doutor em Geografia  pela Universidade Federal de Pernambuco (2020). Trabalhou no período de 2011 a 2012 como coordenador de Planejamento Urbano, na Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplad) da Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte-CE. Adquiriu experiência também como professor temporário da Universidade Regional do Cariri (URCA), na cidade de Crato-CE (2009-2011) e da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), na cidade de São Raimundo Nonato-PI (2013-2015). Esteve, no período de agosto de 2020 a fevereiro de 2021, como pesquisador do Instituto de pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Atua na área de Geografia, com ênfase em Geografia Humana, principalmente nos seguintes temas: Epistemologia da Geografia, Geografia Urbana, Planejamento e Desenvolvimento Urbano, políticas públicas urbanas, pesquisa social e ensino de Geografia.

References

ABRÚCIO, Fernando Luiz. “Os Barões da Federação: os governadores e a redemocratização brasileira”. São Paulo: Hucitec, Departamento de Ciência Política, USP, 1998
AKOS, Jakobi (2009), «Diverse Approaches to the Importance of Geography: The Death of Geography or Geography Matters in the Information Age!», in DONERT, Karl, SCHMEINCK, Daniela, ARI, Yilmaz, ATTARD, Marie & Gerry O’REILLY (sous la direction de), Celebrating Geographical Diversity, Berlin, Mensch und Buch Verlag, pp. 190-195.
AL-KODMANY, K. Public Participation: technology and democracy. In: Journal of Architectural Education. Vol. 53, n. 4 (May 2000), p.220-228.
ARENDT, Hannah. O que é Política? Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.
AVRITZER, Leonardo. Participatory Institutions in Democratic Brazil. Washington DC: Woodrow Wilson Center Press, 2009.
AVRITZER, Leonardo. Democracy beyond aggregation: the participatory dimension of public deliberations. Journal of Public Deliberation. vol.8: Iss. 2, article 10, 2012.
AZEVEDO, D. A. A democracia participativa como um sofisma: uma interpretação geográfica da democracia. Tese de doutorado. PPGG, UFRJ, 2016.
_____. Modelos de democracia e espaços políticos: o caso da democracia participativa. Revista Geografares, n.26, v.1, p.126-146, 2018.
_____. 2019a. “Evaluation of the democratic system from the qualification of political spaces: the case of Cuauhtémoc (Mexico)”. L’Espace Politique 39(3): 1-25. https://doi.org/10.4000/espacepolitique.7563
_____. 2019b. O anonimato espacial como um impasse metodológico na pesquisa geográfica e uma reflexão ontológica. Revista Caminhos de Geografia. V.20, n.70, 2019, p.585-604.
BARRIENTOS, P. Un factor de Riesgo para la salud de la población del estado de Veracruz: presencia de aflatoxinas en ganado bovino y su ingesta a través de la leche. Tesis (Doctorado en Geografía), Universidad Nacional Autónoma de México, 2017.
BRINT, Steven; SALZMAN, Michele Renee. Reflections on political space: the roman fórum and capitol hill, Washington D.C. Places: Volume 5, number 1, 1988.
CASTELLS, M. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet, 2013.
CASTORIADIS, C. Figuras do Pensável: as encruzilhadas do Labirinto VI. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2004.
CASTRO, I. E. Geografia e Política: território, escalas de ação e instituições. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
______. Espaço Político. GEOgraphia, v.20, n.42, p.120-126, 2018.
CREWE, I 1992, ‘Changing votes and unchanging voters’, Electoral Studies, 11, 4, p. 335-345, Scopus®, EBSCOhost, viewed 12 January 2018
DALTON, R. J. The participation gap: social status and political inequality. Oxford Editor, 2017.
DENZIN, N. K. The research act: a theoretical introduction to sociological methods, New York: Aldine Transaction, 1970.
DUBUS, N.; HELLE, C.; MASSON-VINCENT, M. De la gouvernance à la geogouvernance: de nouveaux outils pour une démocratie local renouvelée. L’Espace Politique, (10), 2010-1. https://espacepolitique.revues.org/1574.
EMPOLI, G. Os engenheiros do caos. São Paulo, Vestígio, 2020.
FERNANDES, E.; ROSENO, R. F. Protesta Brasil: das redes sociais às manifestações de rua. São Paulo: Prata Editora, 2013.
FONTES, B. A. S. M. A estrutura organizacional das associações políticas voluntárias: um estudo de caso das Associaçoes de Moradores no Recife. Anais Encontro Nacional da ANPUR, v.6, 1995, p.979-1007.
GERBAUDO, P. Tweets and the streets: social media and contemporary activism. Plutopress, 2012.
HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização: do “fim dos territórios” à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
HAMMERSLEY, M.; ATKINSON, P. Ethnography: principles in practice. 3a ed. London, 2007.
HARVEY, D. Cidades rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
HESS, D.; MCAVOY, P. 2015. The political classroom: evidence and ethics in democratic education. New York: Routledge.
HOBSBAWN, E. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, Arranjos populacionais e concentrações urbanas no Brasil. Disponível em: Acesso em: 15 jun. 2020.
ISRAEL, C. B. Território, jurisdição e ciberespaço: entre os contornos westfalianos e a qualidade transfronteiriça da internet. Geousp – Espaço e Tempo (Online), v. 24, n. 1, p. 69-82, abr. 2020.
LEE, Nelson K. How is political public space made? – the birth of Tiananmen Square and the May Fourth Movement. Political Geography 28 (2009), 32-43.
LIJPHART, A. Modelos de democracia: desempenho e padrões de governo em 36 países. Civilização brasileira, 1996.
MACHADO FILHO, G. F. Dos espaços da sociabilidade aos espaços da ação política: transfiguração de ruas e praças em espaços políticos. Revista Geografares, n.26, p.214-234, 2018.
MAGRANI, E. Democracia conectada: a internet como ferramenta de engajamento político-democrático. Curitiba: Juruá, 2014.
MANIN, Bernard. As metamorfoses do governo representativo. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol.29, 1995, p.5-34.
_____. A democracia do público reconsiderada. Novos Estudos, n.97, 2013.
MASON, J. (1996). Qualitative Researching. London: Sage.
MASSEY, D. Pelo Espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
MILBRATH, L.; GOEL, M. 1977. Political Participation. Chicago: Rand McNally.
MOLINA, I. Segregación residencial en los límites de las instalaciones petroleras en Salina Cruz, Oaxaca. XXII Congreso Nacional de Geografía, San Luis Potosi, del 5 al 7 de julio de 2016. México, 2016.
MOROZOV, E. (2011). The Net Delusion: The Dark Side of Internet Freedom. New York: PublicAffairs.
NADALES, A. J. P. (org.). El debate sobre la crisis de la representación política. Madrid: Editorial Tecnos, 1996.
NICOLAU, J. Sistemas eleitorais. São Paulo: FGV Editora, 2002.
O’TUATHAIL, G. (2000). Borderless Worlds? Problematizing Discourses of Deterritorialization, in KLIOT, Nurit & David NEWMAN, Geopolitics at the End of the Twentieth Century. The Changing World Political Map, London, Frank Cass, pp. 139-154.
PARKINSON, J. R. Democracy and Public Space. Oxford University Press, 2012.
PATEMAN, Carole. Participation and Democratic Theory. Londres: Cambridge University Press, 1970.
PERÄKYLÄ, A. (1997). Reliability and validity in research based on tapes and transcripts. In D. Silverman (Ed.), Qualitative Research: Theory, Method and Practice (pp. 201–220). Sage. London.
PIRES, H. F. Estados nacionais, soberania e regulação da internet. Scripta Nova, v.XVI, n.418 (63), 2012.
PUTNAM, R. D. Comunidade e Democracia: a Experiência da Itália Moderna. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1996.
RAMOS, C. La Democracia Hacker – el poder de los ciudadanos. Madrid: Algon Editores, 2013.
RANCIÈRE, J. O Ódio à Democracia. São Paulo: Boitempo, 2014.
RIBEIRO, L. C. Q.; SALATA, A. ; RIBEIRO, M. ; COSTA, L. G. Desigualdades digitais: Acesso e uso da Internet, posição social e segmentação espacial nas metrópoles brasileiras. Análise Social, v. XLVIII, p. 288-320, 2013.RYAN, J. 2004. “Decentralization and Democratic Instability: The Case of Costa Rica”. Public Administration Review 1(64): 13-33. https://doi.org/10.1111/j.2041-7373.2012.00069.x
SAKAMOTO, L. Em São Paulo, o Facebook e o Twitter foram às ruas. In: Cidades Rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil, 2013, p.95-100.
SANGUIN, A. L. Fim da geografia ou vingança da geografia? As sociedades humanas entre um mundo liso, um mundo pontudo ou um mundo plano. Confins, 22, 2014, posto online no dia 08 fevereiro 2015, consultado o 07 maio 2020. URL : http://journals.openedition.org/confins/9809 ; DOI : https://doi.org/10.4000/confins.9809
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. São Paulo: Editora Record, 2000.
_____. O espaço do cidadão. São Paulo: Edusp, 2007.
SANTOS, B. S. (orgs.). Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
SANTOS JUNIOR, O. A. S.; RIBEIRO, L. C. Q.; AZEVEDO, S. Governança democrática e poder local: a experiência dos conselhos municipais no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, Fase, 2004.
SARTORI, G. Engenharia constitucional. Brasília: Ed. da UnB, 1996.
SERPA, A. Justiça espacial e cidade digital: espaço como meio operacional no Brasil. Boletim Goiano de Geografia. V.37, n.3, p.409-428, 2017.
SHIRKY, C. (2008). Here Comes Everybody: The Power of Organizing Without Organizations. New York: Penguin Press.
_____. (2011). The Political Power of Social Media. Foreign Affairs, January/February.
SOARES, M. T. S. Movimentos sociais urbanos: as associações de moradores de favelas no município do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Geografia, v.51, n.4, out./dez., 1989, pp.97-108.
SOTELO, L. S. P.; AZEVEDO, D. A. La ciudad puerto de Salina Cruz, Mexico: Escenarios de vulnerabilidade socioambiental. GEOUerj, Rio de Janeiro, n.35, 2019, p.1-30. | doi: 10.12957/geouerj.2019.40477
SWYNGEDOUW, E. Promises of the political: insurgent cities in a post-political environment. The Mit Press, 2018.
TENÓRIO, F. G.; KRONEMBERGER, T. S (orgs). Gestão social e conselhos gestores. Volumes 3. Rio de Janeiro: FGV, 2016.
V. TRECHSEL, A. et al. Evaluation of the use of new Technologies in order to facilitate democracy in Europe. In: FARIA, Cristiano Ferri Soares de. O Parlamento aberto na era da internet: pode o povo colaborar com o legislativo na elaboração das leis? Brasília: Câmara, 2012. p. 96.
WAGNER, E. S. Hannah Arendt & Karl Marx: o mundo do trabalho. São Paulo: Ateliê editorial, 2000.
Published
19/03/2021
How to Cite
AZEVEDO, Daniel Abreu de; BRULE, David Melo van den. IS CYBERSPACE THE NEW DEMOCRACY’S PANACE?. Mercator, Fortaleza, v. 20, mar. 2021. ISSN 1984-2201. Available at: <http://www.mercator.ufc.br/mercator/article/view/2890>. Date accessed: 25 apr. 2024.
Section
ARTICLES